Bolsonaro seria reeleito se tivesse unificado combate à pandemia, diz Michel Temer

O ex-presidente Michel Temer (MDB) afirmou nesta quinta-feira (13) que o presidente Jair Bolsonaro (PL) teria reeleição certa se tivesse unificado o enfrentamento da pandemia.

Em entrevista à CNN, Temer disse que acreditar que se o atual mandatário tivesse reunido estados, Poderes e partidos, hoje “ninguém tiraria a eleição dele”.

Para o ex-presidente, Bolsonaro cometeu “um equívoco” ao combater a vacina e tem afastado os que são a favor da imunização.

Na avaliação de Temer, a postura do atual mandatário, especialmente em relação à vacinação de crianças, mostra falta de “raciocínio pragmático” de buscar votos além da sua base de apoio.

Sem dizer o nome do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Temer alertou que “levar [eleição] no primeiro turno não é fácil”.

Segundo a última pesquisa Datafolha, divulgada em dezembro, Lula lidera com 48%, seguido por Bolsonaro, com 22%.

A pesquisa foi realizada de 13 e 16 de dezembro com 3.666 pessoas com mais de 16 anos, presencialmente em 191 cidades do país. A margem de erro é de dois pontos para mais ou menos.

“Com o país dividido como está, em grupo Lula, Bolsonaro e terceira via, é difícil ter eleição em primeiro turno”, reforçou.

Lula terminou de 2021 à frente de Bolsonaro em termos de popularidade digital. O presidente variou nos primeiros dias de 2022, perdendo pontos nas redes com as folgas em Santa Catarina, mas recuperando posições a partir da internação hospitalar em São Paulo.

Na maior parte do ano, contudo, Bolsonaro foi quem liderou o Índice de Popularidade Digital (IPD), medido pela consultoria Quaest, o que confirma a capacidade e expertise do bolsonarismo de engajar na internet.

Lula, que está em primeiro lugar nas pesquisas eleitorais de intenção de voto para a Presidência, chegou a ultrapassar a popularidade digital de Bolsonaro em curtos períodos e, desde seu giro pela Europa em novembro, assumiu a dianteira.

Questionado se já chegou a conversar com Lula sobre as eleições de 2022, Temer afirmou ter sido contatado por um intermediário, mas que apoia integralmente a pré-candidata de seu partido, Simone Tebet.