Raul Henry faz discurso criticando ministro por ataques ao processo eleitoral

Por Blog da Folha

O deputado federal Raul Henry (MDB-PE) fez discurso na Câmara Federal criticando a atitude do ministro da Defesa, General Paulo Sérgio Nogueira, de procurar o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luiz Fux, para questionar a lisura e a segurança das eleições no Brasil. O parlamentar iniciou sua fala afirmando que foi criado em uma casa que tinha muito respeito pelos militares. “Meu avô foi oficial do exército da Bélgica na Primeira Guerra Mundial e morreu por consequências de gases tóxicos que respirou nas trincheiras da Europa”, destacou.

Segundo Raul, por essa relação de respeito com as Forças Armadas, ele decidiu, desde o seu primeiro mandato como deputado federal, iniciado em 2007, colocar, anualmente, emendas parlamentares para a Marinha, o Exército e a Aeronáutica“Em função da minha atitude, recebi vários gestos de reconhecimento das três forças. Convivi com oficiais superiores e sempre enxerguei neles amor pelo Brasil, um profundo senso profissional e a clara consciência do seu dever constitucional”, colocou.

E, logo em seguida, acrescentou: “É com desapontamento e tristeza que vejo o ministro da Defesa de maneira absolutamente inadequada, imprópria e descabida, procurar o presidente da Suprema Corte para questionar a lisura e a segurança das eleições no Brasil. Na realidade, se comportou como um portador dos recados e das repetidas ameaças do Presidente da República às instituições democráticas”. Raul lembrou, ainda, que não há qualquer acusação de fraude, muito menos que tenha sido provada, em relação ao sistema baseado nas urnas eletrônicas. O resultado das urnas é impresso no final da votação e, portanto, o processo de totalização dos votos é perfeitamente auditável.

Espero que as Forças Armadas Brasileiras reconheçam sua posição como instituição de Estado que tem por dever garantir nossa soberania nacional, nossa integridade territorial, os poderes constitucionais e a lei e a ordem. Temas eleitorais não fazem parte da sua missão legal”, disse. Raul finalizou seu discurso falando que esses são assuntos pertinentes ao Congresso Nacional, aos partidos políticos, à Justiça Eleitoral e, sobretudo, à sociedade brasileira que vai decidir o nosso futuro no próximo dia 2 de outubro.