Sudene autorizou a liberação de R$ 700 milhões para as obras da Ferrovia Transnordestina
Em entrevista à Folha de Pernambuco, nesta segunda-feira (29), a governadora Raquel Lyra (PSD) avaliou os principais investimentos em infraestrutura em Pernambuco em parceria com o governo federal e comentou a volta do trecho pernambucano da ferrovia Transnordestina.
O estado, que havia sido retirado do projeto da ferrovia durante o governo Jair Bolsonaro, voltou a integrar a obra que se integrará ao Complexo Portuário de Suape. A governadora destacou justamente a importância dessa reintegração.
“O estado de Pernambuco assistiu silente à retirada da Transnordestina do contrato com a empresa privada original em dezembro de 2022. É quase como chegar aqui e ter um susto, uma surpresa, porque a gente ouvia falar sobre isso. Se dizia que tinha uma via alternativa a ser construída, mas nós já temos a Transnordestina, e ela é nossa”, começou.
“Há um sonho de fazer isso há 200 anos, e houve um início das obras muito importantes, que nos permitiram sonhar novos sonhos. Para que o Nordeste tenha competitividade, precisamos ter logística. E o transporte de cargas por trem é super importante na diminuição do custo Pernambuco, do custo Nordeste e do custo do Brasil”, completou.
Na última semana, a Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene) autorizou a liberação de R$ 700 milhões para as obras da Ferrovia Transnordestina.
De acordo com o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, em entrevista exclusiva à Folha de Pernambuco, em 2026, R$ 500 a R$ 600 milhões serão aportados no trecho da Transnordestina no estado.
O investimento será direcionado ao trecho da ferrovia que vai do Piauí ao Porto do Pecém (CE), atravessando 53 municípios nos estados do Piauí, Pernambuco e Ceará.
“Diziam que eu desistisse”
Segundo Raquel Lyra, em 2023, foi apresentado ao governo federal um plano com três prioridades do estado: a Transnordestina, o Metrô do Recife e a Adutora do Agreste.
Depois de quase três anos, o pedido saiu do papel. Segundo a governadora, no entanto, isso aconteceu apenas depois de muita luta.
“No começo das nossas discussões, diziam que eu desistisse. Que me voltasse para as rodovias porque esse era um tema vencido para o estado, que focasse nas rodovias. Ouvi de muita gente isso. Eu participei de reuniões que não queriam que Pernambuco participasse, que parece que eu cheguei por acaso. Tinha lá uma apresentação sendo feita da Transnordestina impressa no papel, e botaram a sigla de Pernambuco a caneta porque estava lá Piauí, Ceará e Pernambuco”, destacou.
“Pernambuco todo se moveu, se movimentou e nós conseguimos por uma decisão política do presidente da República, com apoio do ministro Renan, com a infra e que é pública de trens que conduziu a licitação e que soltou a licitação. Agora Transnordestina vai voltar e não vai parar mais”, completou.